sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Berlim

16/09/09 - 19/09/09

Como cheguei até Berlim já está no post anterior. Agora vou contar o restante.
Chegamos já tarde em Berlim, no caminho do aeroporto até o hostel, a cidade parecia muito tranquila. Poucas pessoas na rua e pouco movimento.
Após deixarmos as bagagens no hostel, fomos até a Alexander Platz, que ficava bem próxima de onde estávamos. Ficamos tirando algumas fotinhos, estreando o maguinânimo Gorillapod e depois retornamos para o hostel.
No outro dia, investimos um bom tempo no café da manhã, já que tivemos que pagar por ele. Mas é claro que fomos espertos o bastante para já tirar dali o sanduba do almoço. Fomos primeiramente para um dos principais símbolos de Berlim, o Portão de Brandemburgo na Parisier Platz. Ao sul do Portão ficava o "Memorial aos Judeus mortos na Europa" (também conhecido como "Memorial do Holocausto") que é composto por 2711 pilastras alinhadas em formato de grade. Já ao norte ficava o prédio do Bundestag (parlamento), que tinha uma cúpula de vidro bem legal, que dava para ter uma ótima vista do alto de Berlim e era possível analisar as diferenças que ainda existem na arquitetura da Alemanha Ocidental e Oriental.
Caminhando pela cidade, encontramos um dos poucos lugares que ainda tem partes do Muro conservadas como ele era. Isso era bem perto do museu a céu-aberto chamado Topografia do Terror, que contava de maneira entediante, através de painéis, a história do nazismo. Dali partimos em direção ao esforçado museu Judáico, que tinha uma obra interessante, entitulada Vazio, na qual era possível caminhar por pilhas de rostos de metal. Antes de anoitecer ainda fomos à East Side Gallery, que era onde ficava o restante do Muro de Berlim. Neste lugar o Muro recebe pinturas contemporâneas e deu para matar um pouco a saudade do muro da Mauá :). De volta para o hostel, aproveitamos para apreciar a cultura local.
O penúltimo dia prometia ser o mais "pesado" pois iriamos conhecer o Campo de Concentração Nazista Sachsenhausen, que ficava perto de Berlim. Esse campo, serviu de exemplo para construção de outros campos. O clima no lugar é triste, pois não tem como não pensar que milhares de pessoas sofreram e morreram naquele local, apesar deste campo não ter câmara de gás. O campo é muito bem preservado e diversos setores como os alojamentos, torres, fosso de fuzilamento, sala para cremação, etc mostram com clareza uma das maiores vergonhas da história do ser humano. Haviam também alguns museus bem interessantes dentro do campo, para retratar os acontecimentos daquele local.
Voltando a Berlim, fomos na Ilha dos Museus e depois demos uma descansada na Lustgarten que é uma praça que faz fronteira com a Catedral de Berlim e o Altes Museum. Já descansados, fomos em direção à Gendarmenmarkt onde seriamos agraciados por música ao-vivo. No caminho da Gendarmenmarkt, passamos pela Bebelplatz que ficou conhecida pela cerimônia da queima do livros que ocorreu em 10 de maio de 1933, onde o Grupo da Juventude Nazista e o S.A (organização paramilitar do partido nazista) queimaram mais de 20 mil livros de diversos autores, incluindo Karl Marx.
De noite fomos novamente para Alexander Platz que havia um show de "águas dançantes" e para Lustgarten. No outro dia, rumamos cedo de volta para a terra da Rainha.
Berlim é uma cidade que a história insistiu em utilizar como cenário. Nazismo, muro, guerra mundial, ocidente, oriente, holocausto, judeus, arianos ... estando lá, você "vive" tudo isto. Está tudo lá até hoje, mas, felizmente, apenas como memória.

PS: Dois filmes imperdíveis sobre o Nazismo:
- A Lista de Schindler
- O Menino do Pijama Listrado

ÁLBUM DA VIAGEM


Até ...

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Berlim - Prefácio

Batendo o recorde de atrasos, vou falar sobe a viagem a Berlim.
Eu achei que a aflição por perder um vôo, nunca seria maior do que foi a ida para Amsterdam, mas eu estava redondamente enganado.
Para não ter perigo de perdermos o vôo, saímos de casa mais de 3 horas antes do horário da decolagem. Um exemplo de planejamento e organização. Mas, obviamente, nada saiu como planejado.
O ônibus que nos levaria para o Stansted sairia às 15h, mas a Victoria Line demorou mais do que o normal e chegamos as 15'01" e ele já havia partido. O próximo veio 30 minutos depois, mas já estava completamente lotado e só poderíamos embarcar se houvesse espaço livre. Resolvemos comprar outro shuttle com outra empresa e partimos as 16h para o aeroporto. Até ai tudo bem, dei até uma dormidinha, ainda tínhamos tempo de sobra - pelo menos foi o que pensamos.
Acordei depois de um bom tempo, achando que já estaríamos chegando no Stansted, mas pra minha surpresa não tínhamos nem saído de Londres ainda. Eram 17h, o portão de embarque fechava às 18:15, até daria tempo, mas estávamos parados num mega engarrafamento. Por volta das 17:30, passamos pelo acidente que estava trancando a estrada, mas situação já estava um pouco complicada. Chegaríamos em cima da hora e ainda precisava tirar dinheiro e fazer o visa-check. Mas ainda havia esperança de não passar pela patética experiência de perder um vôo.
Como uma cereja no bolo da emoção da história, quando faltavam uns 20 minutos para chegarmos no aeroporto, novamente a estrada estava trancada. Isso era por volta das 18 horas. O vôo partiria às 18:45, o portão de embarque fechava teoricamente 30 minutos antes, agora eram 18:00, nas verdade - depois de pensar nisso tudo - já eram 18:01 e não havíamos avançado nem mais um metro. Os minutos andavam bem mais rápidos que o nosso ônibus, mas, brasileiros que sou e não desistindo nunca, já pensava nas estratégias ao chegar no aeroporto. Tínhamos duas opções, desistir e buscar um caminho pra casa ou correr que nem loucos na esperança do vôo ter atrasado. Óbvio que escolhemos a segunda.
Passamos pelo outro acidente que congestionava a estrada e seguimos a interminável-viagem. O fato de o portão de embarque já ter fechado a uns 10 minutos e ainda faltar uns 10 minutos para chegarmos no aeroporto, não entusiasmavam muito.
Chegamos no aeroporto às 18:20. O portão de embarque já devia estar fechado a 5 minutos e o avião decolaria em 25 minutos. Me abracei na mala, baixei o caboclo Usain Bolt de Oxum e corri como nunca, em direção do visa-check e a Bi foi tirar dinheiro. Consegui fazer o visa-check ultra-rápido e o operador da Ryan-air disse que o se eu corresse, talvez teria chance de quem sabe pegar o avião. Ele também me deu a "bela" notícia que o meu portão era um dos últimos, bendito 48. Próxima parada foi a segurança e raio-x, fui pedindo licença na fila e passando gentilmente. Mais uma etapa vencida, era hora de baixar o caboclo novamente, mas dessa vez o caboclo já tava bem cansado e a corrida até o portão de embarque, para "talvez ter chance de quem sabe pegar o avião", foi bem mais sofrida. Parecia até que o portão 48 ficava em outra cidade, subi escada, corri corredores sem fim, suava, me arrastava, passava o portão 20, 26, 30, mas nada de chegar o maldito 48. Mas com a perseverança de um guerreiro e a vitalidade de um bicho-preguiça consegui visualizar o quaareeeenta e oiiiito, podia ouvir o Galvão Bueno narrando "é teste pra cardíaco, amigo" e o Faustão comentando "ôh loco meo, esse guri, filho da Dona Vera e do Seu Mauro, passou por poucas e boas na Europa. Tanto no pessoal, quanto no profissional". E cheguei ... cheguei minutos antes de fechar o embarque. A Bi chegou segundos depois e conseguimos não passar pela patética experiência de perder o avião (por mais que nos esforçamos).
Depois desse cansativo prefácio, escrever o resto das histórias de Berlim vai ser fácil. E se você acha que eu aumento as minhas histórias, clique aqui e veja o vídeo que gravaram da minha chegada emocionante ao portão 48.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Amsterdam - 3 dias e muitas pequenas histórias

12/09/09 - 14/09/09

História 1 - Quase que se foi o vôo
A viagem para a capital holandesa já começou com aventura. A Bi e eu chegamos com antecedência britânica ao Aeroporto de Stansted e ficamos nos divertindo no saguão de embarque. Loja de óculos, de brinquedo (Hamleys), de livros e até um sanduichezinho na "Pret a manager". Enquanto saboreávamos o sanduba, a Bi lembrou de olharmos se o nosso portão de embarque já aparecia na tela. Fui verificar e quando olhei a tela indicava "Última Chamada" para o nosso vôo. Voltei correndo, colocamos os lanches na bagagem e saímos correndo um para cada lado. O problema é que corremos LITERALMENTE um para cada lado e quando vi eu estava na porta do trem que nos levaria ao nosso portão, mas a Bi não estava comigo. Voltei correndo, olhando feito louco para todos os lados e nada. Tentei ligar, mas não funcionou. Tentei denovo e por fim conseguimos nos falar e nos achar. Fomos correndo novamente para o trem, sempre empurrando e esbarrando educadamente nas outras pessoas. Dai corremos até o nosso portão (que óbvio que era um dos últimos) e conseguimos chegar segundos antes do portão fechar. Começamos bem né!

História 2 - Hostel flutuante
Que Amsterdam é uma cidade peculiar todos sabem. Então aproveitamos para abusar e escolhemos um hostel que era um barco. Exatamente, o endereço do albergue era Pier 3, segundo barco à direita. Apesar dele ter uma ótima nota no site Hostelworld, a experiência era intrigante. Mas no fim foi muito legal, o dono era muito gente boa, o café da manhã era ótimo e posso dizer que foi o melhor barco no qual eu já dormi.

História 3 - Toilet pay as you go
Uma coisa chata de Amsterdam é que praticamente não existem banheiros gratuitos na cidade. E não falo apenas de banheiros públicos nas ruas ou parques, para usar os banheiros de restaurantes, lanchonetes e shoppings era necessário pagar alguns cents de euro.

História 4 - Cassino para profissionais
Tem gente que perde dinheiro em cassino, mas nós não. Vocês devem estar pensando que ganhamos na roleta, poker ou quem sabe nas maquininhas caça-niqueis? Resposta: estás enganado. Perdemos todas as vezes que jogamos e ainda saímos com dinheiro. Mais precisamente não gastamos nada e fomos embora com €9,50 no bolso. Mas como então? A receita é simples. Primeiro não pagamos para entrar, pois tínhamos o Cartão Iamsterdan que dava direito a entrada gratuita. Depois descobrimos que os ricos não se importam com os 50 centavos. Toda vez que íamos nas máquinas de troca de dinheiro por "fichas" sempre haviam "fichas" de 50 cents na boca das máquinas dando sopa. Outra fonte de renda eram as moedas de Euro que ficavam trancadas no lugar de se colocar fichas nas máquinas. Moedas essas que recuperávamos com um grampo de cabelo (cleaver, not?). E se vocês acham que a nossa esperteza já havia chegado ao limite, nós ainda conseguíamos jogar sem gastar nada. Não estou de brincadeira não. A mágica é a seguinte: as máquinas de caça-níquel não dão prêmios menores que 50 centavos, então quando alguém recolhia o seu prêmio e o esse não era múltiplo de 0,50, ficavam sobrando créditos nas máquinas e era com esses créditos que nos divertimos a noite toda. Então, com essa estratégia mirabolante, nos divertimos, não gastamos nada e ainda saímos com quase 10 Euros na carteira. Obs: as fotos tiradas dentro do cassino, foram feitas com as técnicas mais modernas de espionagem.

História 5 - Red Light District
Falando em espionagem, o distrito da luz vermelha foi outro cenário para praticarmos nossas habilidades. Utilizando uma máquina com um belo zoom ótico e muita malemolência conseguimos algumas fotinhos deste turístico, peculiar e pitoresco lugar do mundo. Para quem não sabe, o "Red Light District" é um lugar tradicional de Amsterdam, no qual moças de biquíni se expõem e oferecem seus trabalhos em vitrines. Mas ao contrário do que muitos puristas podem imaginar, o lugar é muito mais turístico do que erótico e, inclusive, pelas ruelas passeiam famílias, casais, senhoras e senhores de idade e até carrinhos de bebê. Lá é possível comer de tudo, inclusive comida, pois o distrito é cercado por diversos restaurantes. Para ser sincero, as moças utilizavam biquínis menos ousados dos que estamos acostumados a ver nas praias brasileiras e quase não vimos pessoas entrando nas vitrines para usufruir do esmero das meninas. Ou seja, hoje o local é um dos pontos-turísticos da cidade mais conhecido e frequentado.

História 6 - Experiência Heineken
Nessas andanças pela Europa já fui em vários museus: Louvre, D'Orsay, British, Tate, entre outros. De vários tipos: arte-modernas, belas-artes, judeu, cristão, etc. Vi diversas coisas: quadro, múmia, escultura, maquete e o diabo a quatro. Dos mais variados autores: Da Vinci, Monet, Rembrandt, Van Gogh e companhia. Mas a obra de Gerard Adriaan Heineken demonstrada na cervejaria Heineken Expirience realmente me impressionou. O lugar é muito bem bolado e até mesmo quem não gosta de cerveja, gosta da Experiência Heineken, pois eles mostram a história dessa mega-cervejaria e o processo de fabricação da cerveja de maneira interativa e interessante. Tá e a história? A história é a seguinte, no início do passeio cada um ganha uma pulseira e nela tem alguns botões. Esses botões podem ser trocados no final, por geladíssimas tulipas de Heineken direto da bica. Quando chegamos lá para trocar, descobri que a minha pulseira tinha um botão a mais, pois o normal seria as pulseiras terem 2 botões, mas a sorte sorriu para mim e a minha tinha 3. A bartender disse que nunca tinha visto uma com 3 e eu pude saborear uma cerveja a mais que o resto dos mortais.

História 7 - Vingando o Catalino
Vinguei o Grêmio, vinguei 1995, vinguei 70% do RS, vinguei 4% do Brasil, vinguei Danrlei de Deus, Adílson Dias Batista, Roger Marchado Margues, Arilson de Paula Nunes, Luís Carlos Goiano, Mario Jardel, Arílson da Costa, Carlos Miguel da Silva e Luis Felipe Scolari. E, principalmente, vinguei Catalino Rivarola que fora expulso injustamente e os eternos Edi Wilson José dos Santos (Dinho) e Francisco Arce, que - por um capricho da bola - erraram os pênaltis no final. Tá bom, para dizer a verdade eu não vinguei ninguém, mas mandei longe a Seleção Holandesa de 95 + Litmanen e Finidi (vulgo Ajax). Tudo isso ocorreu no museu do Ajax, na moderna Amsterdan Arena, onde fomos fazer a visita guiada. O estádio é muito bonito e serviu de modelo para diversas arenas que vieram depois (inclusive a tricolor). Conhecemos o museu, sala de conferência, sala de segurança e outros lugares. Valeu conhecer o lugar e ter a minha pseudo-vingança.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Eventos

Depois de quase um mês de silêncio, escreverei sobre dois eventos que fui nesses últimos tempos.
As duas apresentações são totalmente diferentes entre si e só se assemelham pelo fato de ambas terem sido totalmente inéditas para mim.

BODY WORLDS & The Mirror of Time
Era o último dia do Lucas aqui na Inglaterra. Ele voltaria para o Brasil depois de mais de 3 anos pelas terras da Rainha. Decidimos ir até a O2 Arena para prestigiar a polêmica exibição que já foi assistida por mais de 26 milhões de pessoas em todo mundo. O Lucas e eu fomos daqui de Tooting e encontramos a Bebel na Starbucks na frente da exibição.

Introduzindo ... essa exibição se propõe a educar as pessoas sobre o seu corpo e sua saúde, mostrando pessoas mortas que doaram seus corpos para a apresentação. Todos corpos são conservados utilizando uma técnica na qual todos orgãos e tecidos não se deterioram. Todas as "obras" da apresentação são, ou melhor, foram seres vivos reais, então não existe nada artificial.
Essa exibição gerou muita polêmica, inclusive a igreja católica foi contra e nas primeiras apresentações, diversos fiéis protestaram na entrada e tentaram persuadir as pessoas a não entrarem.
Exibição ... a primeira sala, exibia fetos semana a semana até o nono mês de gestação (lembrando que são fetos reais). Logo depois começava a sequência de vários corpo, em diversos tipos de poses e configurações. Olhar de perto (perto mesmo, pois era possível, apesar de não permitido, até tocar nas obras) músculos, ossos, orgãos, tecidos, tendões, glóbulos oculares, patelas, nervos e artérias era uma sensação bastante impactante. Muito mais impactante do que ver uma obra de arte famosa. O sentimento é difícil de descrever, seria uma mistura de curiosidade, nervosismo, nojo e receio, sendo que os três últimos iam diminuindo a cada obra.

Diversas obras chamaram atenção:
- Um homem com a musculatura à mostra, segurando com a mão a sua própria pele, como se fosse uma roupa
- Um casal sem pele "transando"
- Um cérebro com AVC
- Um fumante sem pele e com o pulmão à mostra (é de fazer qualquer fumante parar de fumar na hora, pois o pulmão fica absurdamente nojento e escuro)
- Um cavalo e uma girafa, sem o coro, com músculos e órgãos à mostra

No final da exibição, quando eu via um corpo sem pele, me passava a sensação de estar vendo um carro com o capô aberto, no qual é possível ver interior da máquina. Pois o nosso corpo não passa de uma máquina que vem se desenvolvento e se adaptando a milhares de anos. E como qualquer máquina, com o tempo as peças vão se desgastando e se você não tomar os cuidamos necessários, pode acabar ingiçando mais cedo do que deveria.


BBC Proms
No entardecer da última sexta a Bianca e eu fomos fazer um programa super chique: "Assistir um concerto de música clássica no pomposo Royal Albert Hall". Óbvio que os chinelões aqui, aproveitaram uma promoção na qual o ingresso era bem barato né hehe.
Para provar que continuamos brasileiros convictos, chegamos em cima da hora. Tivemos que dar uma corridinha para não perder a primeira música.
O concerto que fomos assistir fazia parte da tradicional promoção da BBC chamada "The Proms". O Royal Albert Hall foi com certeza a casa de espetáculo mais impressionante que já entrei (ta, eu sei que não foram muitas). Ele tem capacidade para 7 mil pessoas e já abrigou jogos de tênnis, famosas lutas de boxes e serviu de palco para Frank Sinatra, Liza Minnelli, Jimi Hendrix, The Beatles, The Who, Led Zeppelin, Eric Clapton, Sting, Elton John, entre outros.
Os nossos lugares eram na última fileira, mais precisamente nas poltrona 161 e 162 e tinham uma ótima visão do palco. A orquestra entrou primeiro e depois veio o maestro, que foi bastante ovacionado. Quando o espetáculo começou, o silêncio no teatro era impressionante. Apesar de não conhecer quase nenhuma música, a experiência era
bastante interessante e o momento mais legal foi quando a orquestra interpretou a trilha de "2001 Uma odisséia no espaço".
Dois fatos me chamaram bastante atenção, um bizarro e o outro uma bixisse.
Vou começar pelo bizarro. No meio das músicas a orquestra e o maestro faziam uma pequena pausa de uns 15 segundos, na qual diversas pessoas da platéia ficavam tossendo desvairadamente. Era algo muito estranho, as pessoas ficavam forçando para tossir e não era qualquer tossezinha, alguns pareciam um cachorro com asma. Imagino que seja para não tossir no meio da apresentação e como as músicas são muito longas, havia essa pausa. Mas mesmo assim, ver e ouvir mais de mil pessoas tossindo era algo muito estranho. Sem contar que acho o ato totalmente idiota. Quem disse que forçar uma tosse evita uma futura tosse? Esses ingleses têm uns hábitos muito estranhos.
Já a bixisse foi o seguinte. Ao final de cada música, o maestro saia e voltava para o palco umas 3 vezes. A rotina era assim: acabava música, começavam os aplausos, maestro saia, maestro voltava, maestro saia, maestro voltava, maestro saia, maestro voltava, terminavam as palmas. Até aí tudo bem, até deva para aguentar um minuto de palmas. Mas a bixisse extrema foi no final do espetáculo. No final da última música, o maestro fez a mesma ceninha mais de 8 vezes, eu não aguentava mais as palmas e muito menos ver aquele pinguim indo e vindo pelo palco. O espetáculo foi legal, mas também não era para tanto. E cada vez que ele voltava para o palco ele ainda ficava comandando qual parte da orquestra deveria reverenciar o público e cumprimentava uma das violonista. Por que fazer a mesma coisa mais de 8 vezes?
Mas bixisses, bizarrisses, tosses e palmas a parte, valeu muito a pena ter ido ao concerto, ter experenciado uma orquestra ao vivo e ter conhecido o Royal Albert Hall.

sábado, 8 de agosto de 2009

Educação ou hipocrisia?

No primeiro tópico que não falarei sobre viagens e passeios, resolvi escolher um título impactante, dicotômico, intrigante e cheio de sexy appeal, para falar sobre ........ peido. Você achou que vinha coisa seria por ai né? Pois acertou. Nas linhas que seguem, eu vou comentar um pouco sobre como a flatulência pode ser encarada com diferentes olhos (ou narizes?) por outras culturas.

Mas você deve estar se perguntando: Qual a relação do pomposo título com o desconcertante "pum"?

A ideia é simples. Depois de viver e conviver muitos meses aqui, notei que muitas pessoas (não todas) não têm vergonha de soltar um sonoro peido. Isto mesmo, elas até pedem desculpas depois, mas continuam a "flatular".
Aí que me ocorreu a indagação filosófica: "estão eles sendo mal educados ou apenas verdadeiros"? "E nós, brasileiros, somos educados ou hipócritas"?
Pois, queiram ou não, o flato faz parte da natureza humana, e por conseqüência, é praticado por todos, independente de cultura, sexo ou região geográfica. A grande diferença é que alguns o silenciam e outros não.
O fato das pessoas daqui pedirem desculpa após um sonoro peido apenas comprova a teoria. Pois eles - os mal educados - pedem desculpa pelo fato e nós - os bem educados - utilizamos o silêncio como um álibi e não nos desculpamos pelo acontecido. Portanto, os mal educados somos nós e por incrível que pareça, os barulhentos produtores de "pum" são os bem educados.
Mas confesso que mesmo depois de todo esse tempo, eu ainda fico constrangido quando alguém peida em alto e bom som ao meu lado. Portanto, não se preocupem amigos, não voltarei para o Brasil tentando comprovar a minha teoria peidando aos quatro ventos, pois apesar de perder algum tempo pensando nessa bobagem, ainda prefiro muito mais conviver com pessoas hipócritas e mal educadas do que com lordes sinceros e educados.
E se eu consegui segurar a sua atenção até aqui, falando sobre "peido", (teria sido mais fácil segurar um peido até aqui?) já me sinto satisfeito como "escritor" e como prêmio para vocês, seguem alguns vídeos engraçados de momentos constrangedores sobre o tema:

Professora peida na aula de ginástica

Reporter é suspreendida por um pelado peidorreiro

Jornalista não se segura

Maísa soltando pum no programa do Silvio Santos

Padre porcão

Idol girl FART live

abraço a todos and don`t fart around.

terça-feira, 7 de julho de 2009

etnerefid megaiv amu - socorraM

Marrocos - uma viagem diferente

14/06/09 - 16/06/09
Marrakech
O primeiro dia em Marrakech foi um tobogã de sensações. A aterrissagem do avião da Royal Air Maroc já foi uma atração a parte. Por estar ventando demais, o avião saboreava à todos com seguidos frios na barriga. Pequenos solavancos eram comuns e a sensação de que o motorista do T2 lhe proporcionaria uma viagem mais agradável era inerente. Mas no fim, pousamos todos salvos e sãos (nem tao sãos assim). Saindo do aeroporto, fomos para cidade velha (Medina), onde fica o nosso hostel (riad para os Marroquinos). Subindo no ônibus, o Ricardo vez uma das melhores citações de toda a viagem: "Socorram-me subi no ônibus em Marrocos". Descendo no centro de Medina, começamos a aventura de encontrar o riad. Primeiro passamos por Jemma el Fna, que é a praça mais movimentada da África. Nisso um homem, sem que pedíssemos, nos abordou, querendo nos guiar até o endereço do riad. Obvio que ficamos receosos, mas fomos seguindo ele, com parcimônia. No caminho, passamos por macacos e cobras (inclusive najas). Motos passavam livremente no meio das pessoas e o suspeito guia nos levava por caminhos que se afunilavam. Estávamos literalmente em um labirinto de ruelas, cheio de mercadores. Alguns entroncamentos nos deixaram com vontade de desistir e procurar outro caminho, mas seguimos bravamente até o "guia" bater em uma porta perdida no meio do nada. Aí decidimos: "vamos voltar, esse cara vai nos matar e vender os nossos órgãos". Mas não é que aquele era exatamente o lugar, o bendito riad. No final das contas, se não fosse o humilde guia, jamais teríamos chegado no destino e a comissão de 5 dirans valeu muito a pena. A construção era bem típica (rústica), com mais de 700 anos. E a equipe do riad era muito boa, nos recebendo com chá de menta (uma das coisas mais tradicionais daqui) e explicando a cidade. No fim do dia, fomos jantar couscous e tajine em Jemma el Fna. Também tomamos os tradicionais sucos de laranja natural da praça. Custavam apenas 3 dirans (menos de um real) e eram bem bons.
Bem cedo, no outro dia, fomos fazer um passeio guiado pelas montanhas do Atlas. Primeiro paramos em uma casa rústicas, onde entendemos melhor os costumes dos berberes, que é um conjunto de povos do Norte da África. Depois fomos dar uma voltinha de dromedário (com uma corcova, camelos têm duas). Foi bem bacana a experiência. Por fim, fizemos uma subida de mais ou menos uma hora pelas montanhas. O que tinha de bonito, tinha de perigoso o passeio. Volta e meia, tínhamos que passar por trilhas exíguas, as quais beiravam desfiladeiros de mais de 100 metros. Mas a vista compensava o esforço e o perigo. Chegamos no final da trilha e nos banhamos numa linda cachoeira. Depois para descer, os santos ajudaram e todos sobreviveram ao passeio.
No terceiro dia, fomos conhecer umas ruínas de antigos palácios, um jardim bem legal e colorido e os souks (labirinto de banquinhas e bazares, vendendo roupas, coisas antigas, metais, etc), e por fim começamos a rumar em direção a Fes.

17/06 - 19/06
Fes
Para chegar a Fes nos pegamos um ônibus noturno em Marrakech e 9 desconfortáveis horas depois nos chegávamos à Fes. Ao contrario de Marrakech, onde os prédios eram em tons de salmão (conhecida como cidade vermelha), Fes tem os prédios todos em bege (conhecida como cidade branca). A exemplo de Marrakech, Fes também tem uma cidade velha, delimitada por um grande muro e uma cidade nova - mais ocidental - fora dos muros. Pegamos um taxi e fomos para o nosso riad que ficava na cidade velha. O riad era muito bonito, todo decorado com mosáicos de azulejo. No primeiro dia estávamos bem cansados, pela longa viagem de ônibus e fomos conhecer os souks. Como os souks de Marrakech, esses também eram um emaranhado de ruelas e lojinhas. No fim, comemos uns couscous e uns tajines e voltamos para o riad.
No outro dia fomos para o alto do morro, que tem perto da cidade velha, para vermos as Tumbas Meridinas, que eram umas ruínas sem muito para ver. Depois disso, fomos para um dos lugares mais famosos da África: as "Tanneries". Lá é o lugar onde se tinge couro. Na entrada tu recebe um raminho de menta, pois o fedor é forte. Na saída, se vai para uma loja bem bonita, onde se vende os produtos feitos do couro.
Um capítulo especial sobre o Marrocos é o comercio e negociar é mais do que uma obrigação, é uma cultura. Para se ter ideia, é possível baixar o preço das mercadorias em até 70%, se souber negociar.
No fim, pegamos um trem de volta a Marrakech, que levou 10 horas e foi mais cansativa que a vinda.

20/06/09
Essaouira
Hoje, por volta do meio dia, pegamos um ônibus de 3 horas para a praia de Essaouira, que segundo os marroquinos, é uma das praias mais bonitas de Marrocos. Ela fica na Costa do Atlântico. Descendo do ônibus, fomos logo abordado por um "guia" local que nos levou até um apartamento, que alugaríamos por 50 dirans por pessoa, algo em torno de 12 reais. O lugar não era dos melhores, mas por 12 reais tava mais do que bom. Digamos que o apartamento era rústico e a descarga era na base do baldinho, mas ficava perto da praia. Os vizinhos eram um casal português que veio nos dar as boas vindas fumando um baseado, sem a menor vergonha. Primeira coisa que fizemos foi ir à praia. Digamos que "a nível de" praia, ela fica logo atrás de Pinhal. É uma praia sem ondas, de água turva e como bem lembrou o Lucas, se assemelhava ao Lami. A orla era larga e a gurizada jogava futebol e as mulheres locais se bronzeavam de burca. A água estava numa temperatura agradável e era super salgada. Aproveitamos a praia por no máximo 20 minutos e rumamos de volta ao "rústico apê". A noite, demos uma volta pela cidade, que tem um muro na beira de uma parte da praia, cheia de canhões. Perto tinha uma galerinha fazendo uma batucada bacana, apreciamos algumas músicas e continuamos o nosso tour. Os produtos vendidos aqui eram os mesmos que no restante do Marrocos, mas as pecas de madeira eram bem mais baratas. Por fim, voltamos para Marrakesh, onde pegamos o avião para Londres.

Por fim essa viagem valeu muito, foi muito legal ver e viver os contrastes entre o velho e o novo e entre o ocidente e o oriente.
O próximo post vai ser sobre os dias com a Sila, pelas bandas das "Europa".


ÁLBUM DA VIAGEM

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Na terra do adversário do Grêmio, em Dubai

... pra quem não entendeu o título, é sobre Barcelona.

Dia: 03/06/09 - 09/06/09
Local: Barcelona, Espanha

Cidade boa de caminhar

Barcelona é uma cidade muito legal. Do tipo que da vontade de morar. Não é muito grande e a melhor opção é conhecer a cidade a pé, apesar dela ter um ótimo sistema de transporte público, incluindo bicicletário. O tempo todo fez sol e a praia - apesar da orla ser artificial - é bem bonita. Mais da metade das mulheres fazem topless e é possível ver de tudo: silicone, natural, meninas de 18 e senhoras de 70. Para a maioria das europeias, marca de biquíni é algo feio.

Primeira coisa que fizemos foi ir conhecer a Igreja da Sagrada Família. Eita igreja bUnita, parece aqueles castelinhos de areia molhada que se faz na praia. Ela foi desenhada por Antoni Gaudi - arquiteto catalão super importante - num projeto de 40 anos que ainda esta em fase de execução e tem o término planejado para 2026.

No outro dia fomos bem cedo para praia, para perdermos a brancura londrina. Fomos na praia da Barceloneta, que é uma praia de tombo, com mar calmo, água mega-gelada e muito topless. De tarde fomos ao Park Guell, que é um parque fantástico, também projetado por Gaudi. O parque é gigante, fica no alto de um morro, mas tem escadas rolante para ajudar a subida. Daria para passar um dia inteiro nele. Bem do alto, se tem uma visão de quase toda Barcelona. Descendo, tem a Casa-Museu Gaudi, que é uma réplica da casa de Gaudi, mas não é nada muito legal. Continuando no parque, se chega na parte mais bonita, onde os traços de Gaudi são mais claros. Um grande terraço, com a borda sinuosa, oferece uma ótima vista área da cidade e fica logo acima do famoso dragão-fonte-mosaico-colorido de Gaudi.

No terceiro dia, fomos caminhando até a Casa Batlló, que é outro trabalho de Gaudi. Os mosaicos coloridos fazem parte da decoração de várias partes da casa. Um dos pontos altos da casa é o poço de luz todo trabalhado com azulejos em tons de azul, que tornavam o ambiente uma obra de arte. Todas salas e móveis da casa são sempre curvilíneos, dificilmente se encontra algo reto ou um ângulo de 90 graus. A casa é realmente bastante diferente e vale muito a pena de ser visitada.

Saindo da casa, fomos passear pelos bairros centrais de BCN. As dezenas de ruelas dão um charme todo especial à cidade. Diversas lojas vendiam sandálias Havaianas e algumas vendiam sandálias Bahianas (las originales). Depois demos uma voltinha pela "Las Ramblas" e fomos ao "Mercado La Boqueria", que é tipo o nosso mercado público. Cheio de coisas diferentes, muitas frutas, peixes, jamon (que é uma perna de porco defumada super cara) e outras coisas esquisitas. Saindo, rumamos para o Monumento do Colombo (ou Colon, como é chamado em BCN), que é uma estátua do Seu Cristovão apontando para a América. O fato que mais chamou atenção no monumento, foi dois caras que tavam dando uma banda pelados, sendo que um deles tinha a tatuagem de uma sunga (super bizarro).

Seguindo pela orla, fomos atrás da famosa Champagnaria. Chegando lá, era um boteco pequeno, super lotado, no qual as pessoas ficam comendo queijos, choriços, jamon e tomando muita champagne. A taça custa 75 centavos e é obrigado pedir um acompanhamento, pois antigamente o pessoal só bebia e ficava muito torto. Impressionante é que apesar de barata, a champagne era muito boa e os petiscos também. O clima é meio Ossip, todos de pé, bebendo e conversando. Depois de umas taças, um grupo de americanos veio puxar papo e eles já estavam bebuns. Um deles, havia voltado a uma semana da guerra do Iraque. Sentindo o clima da galera, eles se recusaram a continuar nos servindo, então fomos para outro lugar qualquer. Tomamos umas cervejinhas e umas sangrias neste boteco e fomos para o hostel (isso eram umas 10:30 da noite).

Mais um dia raiava no mar Mediterrâneo e fomos pegar mais uma prainha de manhã. A tarde, fomos conhecer as instalações das Olimpíadas de 92. A maioria dos centros esportivos foram construídos no Mont Juic (que conforme o nome, é um monte), inclusive o Estadio Olímpico (que é obvio que não chega aos pés do Monumental da Azenha). Diversos parques e museus foram construídos ao redor e fomos conhecer o Museu do Miro, que eu - no alto da minha ignorância artística - achei um saco, mas as gurias gostaram.

No ultimo dia, fomos conhecer uma outra parte do Mont Juic, sempre a pé, desde o Hostel. Essas caminhadas duravam uns 50 minutos, mas eram bem agradáveis. Essa outra parte era um castelo, com uma vista muito bonita da orla de BCN e era cheio de canhões de guerra.

Por fim, retornamos por volta das 18 horas para Girona, que é uma cidade próxima, da qual o nosso vôo partia. Chegamos por volta da 19:30 e o nosso vôo partirá às 6:20 de amanhã. Agora são 21:53 e eu to escrevendo o blog e a Bebel ta lendo o livro daquele austríaco louco que prendeu a filha no porão por 24 anos. Já roubamos uns catchups para comermos com os pães que sobraram do café da manhã do hostel.

Chegando em Londres, trabalho mais 3 dias e me vou para Marrocos :)
Hasta luego, vale, muchas gracias.
Link do álbum da viagem