terça-feira, 20 de outubro de 2009

Berlim - Prefácio

Batendo o recorde de atrasos, vou falar sobe a viagem a Berlim.
Eu achei que a aflição por perder um vôo, nunca seria maior do que foi a ida para Amsterdam, mas eu estava redondamente enganado.
Para não ter perigo de perdermos o vôo, saímos de casa mais de 3 horas antes do horário da decolagem. Um exemplo de planejamento e organização. Mas, obviamente, nada saiu como planejado.
O ônibus que nos levaria para o Stansted sairia às 15h, mas a Victoria Line demorou mais do que o normal e chegamos as 15'01" e ele já havia partido. O próximo veio 30 minutos depois, mas já estava completamente lotado e só poderíamos embarcar se houvesse espaço livre. Resolvemos comprar outro shuttle com outra empresa e partimos as 16h para o aeroporto. Até ai tudo bem, dei até uma dormidinha, ainda tínhamos tempo de sobra - pelo menos foi o que pensamos.
Acordei depois de um bom tempo, achando que já estaríamos chegando no Stansted, mas pra minha surpresa não tínhamos nem saído de Londres ainda. Eram 17h, o portão de embarque fechava às 18:15, até daria tempo, mas estávamos parados num mega engarrafamento. Por volta das 17:30, passamos pelo acidente que estava trancando a estrada, mas situação já estava um pouco complicada. Chegaríamos em cima da hora e ainda precisava tirar dinheiro e fazer o visa-check. Mas ainda havia esperança de não passar pela patética experiência de perder um vôo.
Como uma cereja no bolo da emoção da história, quando faltavam uns 20 minutos para chegarmos no aeroporto, novamente a estrada estava trancada. Isso era por volta das 18 horas. O vôo partiria às 18:45, o portão de embarque fechava teoricamente 30 minutos antes, agora eram 18:00, nas verdade - depois de pensar nisso tudo - já eram 18:01 e não havíamos avançado nem mais um metro. Os minutos andavam bem mais rápidos que o nosso ônibus, mas, brasileiros que sou e não desistindo nunca, já pensava nas estratégias ao chegar no aeroporto. Tínhamos duas opções, desistir e buscar um caminho pra casa ou correr que nem loucos na esperança do vôo ter atrasado. Óbvio que escolhemos a segunda.
Passamos pelo outro acidente que congestionava a estrada e seguimos a interminável-viagem. O fato de o portão de embarque já ter fechado a uns 10 minutos e ainda faltar uns 10 minutos para chegarmos no aeroporto, não entusiasmavam muito.
Chegamos no aeroporto às 18:20. O portão de embarque já devia estar fechado a 5 minutos e o avião decolaria em 25 minutos. Me abracei na mala, baixei o caboclo Usain Bolt de Oxum e corri como nunca, em direção do visa-check e a Bi foi tirar dinheiro. Consegui fazer o visa-check ultra-rápido e o operador da Ryan-air disse que o se eu corresse, talvez teria chance de quem sabe pegar o avião. Ele também me deu a "bela" notícia que o meu portão era um dos últimos, bendito 48. Próxima parada foi a segurança e raio-x, fui pedindo licença na fila e passando gentilmente. Mais uma etapa vencida, era hora de baixar o caboclo novamente, mas dessa vez o caboclo já tava bem cansado e a corrida até o portão de embarque, para "talvez ter chance de quem sabe pegar o avião", foi bem mais sofrida. Parecia até que o portão 48 ficava em outra cidade, subi escada, corri corredores sem fim, suava, me arrastava, passava o portão 20, 26, 30, mas nada de chegar o maldito 48. Mas com a perseverança de um guerreiro e a vitalidade de um bicho-preguiça consegui visualizar o quaareeeenta e oiiiito, podia ouvir o Galvão Bueno narrando "é teste pra cardíaco, amigo" e o Faustão comentando "ôh loco meo, esse guri, filho da Dona Vera e do Seu Mauro, passou por poucas e boas na Europa. Tanto no pessoal, quanto no profissional". E cheguei ... cheguei minutos antes de fechar o embarque. A Bi chegou segundos depois e conseguimos não passar pela patética experiência de perder o avião (por mais que nos esforçamos).
Depois desse cansativo prefácio, escrever o resto das histórias de Berlim vai ser fácil. E se você acha que eu aumento as minhas histórias, clique aqui e veja o vídeo que gravaram da minha chegada emocionante ao portão 48.