sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Em cartaz

Dia: 21/02/09
Local: Londres, UK
Temperatura: 10 graus

“Missão Impossível V” (baseado em fatos reais)
Uma dupla do barulho, aprontando altas confusões numa cidade da pesada, detonando tudo atrás de um laptop eletrizante. Não perca essas enrascadas de tirar o fôlego aqui na Sessão da Tarde.
Bruno Moura representando Bruno
Lucas Jones no papel de Lucas
Ryan como o Anão Iraniano
Maku estrelando Capanga Coadjuvante

Capítulo 1 – O despertar de um sonho
Tudo começa na noite fria do dia 20. Nesta sexta-feira nebulosa, Bruno está em busca de um laptop só seu,
apesar do pouco dinheiro e da vida de desempregado, o vírus do consumismo havia lhe contaminado. A busca começa pelo site ebay - onde Lucas havia comprado o seu laptop no ano anterior. Após rigorosa pesquisa, o galã reconhece seu alvo; estava claro, escarrado na tela, o primeiro laptop de sua vida. A paixão foi súbita, de ambas as partes, e Bruno vai dormir pensando que aquela seria a última noite que dormiria sem um laptop só seu. Era manhã de sábado, os indianos já passavam conversando alto na frente do quarto de Bruno, mas ele não se incomodou, tinha algo mais importante para pensar: o laptop. Eles decidem entrar em contato com o representante e rapidamente Lucas já estava intermediando as negociações pelo telefone. Mas infelizmente as noticias não eram as aguardadas...

Capítulo 2 – Desilusão
As feições na cara de Lucas não eram das melhores, a cara de quem estava sendo enganado era visível. Ocorrera que o vendedor anunciava que ele não aceitava a operação pelo site do ebay, onde Bruno teria totais garantias e segurança para comprar. O dito-cujo, com sua lábia rápida e desafiadora insistia em que do seu modo era mais seguro e rápido. Mas a dupla não era fácil de ser enganada, havia uma pulga atrás da orelha e algo fedendo no ar (porém isso tudo ainda poderia ser efeito da extensa falta de banho de ambos).

Capítulo 3 – Irmãos coragem

No melhor estilo Juba e Lula, os protagonistas não se amedrontaram com o ambiente hostil que se apresentava e concluíram que o mais certo a se fazer seria pelo menos dar uma olhada no possível tratante e na mercadoria. Rumaram para estação de Tooting Broadway, por volta das 15 horas, com destino a Burnt Oak. Lucas avisa o individuo desconhecido que estávamos indo até ele. Teria ele pensado que a dupla teria mordido a isca? Chegando na estação do metro, a Northern Line não estava funcionando até Stockwell, forçando-os a pegar um ônibus até lá, para de lá continuar a peregrinação até o outro lado de Londres. Esse fato, que mais parecia um sinal divino para fazê-los desistir, não abalou a confiança dos protagonistas de seguirem adiante.
Chegando na estação de Stockwell, outra vez Lucas entra em contato com o meliante. A cara de Lucas não era das melhores, a conversa havia deixado Lucas ainda mais desconfiado. O fato agora era que o postulante a vilão não aceitaria cartão e que seria necessário levar a grana – que não seria pouca – em cash. Agora sim a confiança estava abalada, tudo conspirava para que o negócio não seguisse adiante, seria loucura, um risco descabido ... mas tomados pelo ímpeto de uma possível barganha que não se repetiria, sede por aventura e total irresponsabilidade os mocinhos seguem adiante e rumam de Tube até Camden Town, estação na qual almoçariam.

Capítulo 4 – As peripécias

Já almoçados, era horas de recolher a quantia em dinheiro. Apesar de ainda não terem decidido se iriam ou não comprar o precioso, eles deveriam ir com o dinheiro, caso precisassem. Os caixas eletrônicos enviaram outro sinal divino. Por causa do limite diário, mesmo a dupla possuindo três cartões diferentes, não foi possível juntar o montante. Mas é óbvio que esse não seria um empecilho; não agora, a essa altura do campeonato. Bruno, munido de seu cartão internacional, buscou dinheiro direto do Brasil para completar o montante necessário. Com muito dinheiro nos bolsos e toda cagada, a dupla segue para Burnt Oak. Já era noite quando eles chegam. A vizinhança não inspirava segurança e o terreno desconhecido não ajudava em nada. A tática de guerrilha já havia sido acertada no caminho. Bruno ficaria com o dinheiro do outro lado da rua, enquanto Lucas iria até o esconderijo secreto do vendedor (sim, esconderijo, pois não era uma loja, era apenas um depósito). A tática era infalível e os dois muito orgulhosos seguem na aventura. O único furo da estratégia seria o de Lucas ser abatido pelo mal-feitor, mas era um risco a se correr e o importante é que o dinheiro estaria a salvo. Lucas já esperava pelo misterioso vendedor numa parada de ônibus e Bruno andava de loja em loja, fingindo estar descompromissado. A comunicação se estabelecia pelo celular, onde jargões como: Bravo, Delta, a porca já ta no chiqueiro e câmbio, eram usados indiscriminadamente. Passaram 15 minutos e nada do contato aparecer. Estaria ele tramando algo? O telefone de Lucas toca. Era chegado o momento. Lucas segue até o lugar indicado pelo indivíduo. Bruno segue de longe, a passos sorrateiros, sem perder Lucas de vista. Lucas dobra a esquina e some dentro do suposto depósito. E agora? Será o fim dos nossos heróis?

Capítulo 5 – Desfecho improvável

Dois minutos se passam sem nenhuma notícia. Até que Lucas faz contato para Bruno entrar no lugar. Mas como assim? Foi pouco tempo para Lucas ter visto a mercadoria, estaria ele sendo ameaçado? Coagido? Ou será que Lucas fazia parte de toda essa trama diabólica? Bruno ruma para dentro do prédio, faltavam metros, segundos, para que o contato ganhasse uma cara. Bruno avista Lucas, mas onde estaria o vendedor? ... PAUSA DRAMÁTICA ... Olhando mais para baixo, Bruno visualiza a imagem da confiança, o fim das aflições e entende por que Lucas havia lhe chamado tão cedo. O vendedor não era nenhum mal-feitor, muito menos um bandido, ele era apenas um simpático anão :) , Ryan, um anão iraniano. Aliviados, os dois acompanham o pequenino para dentro de um labirinto de corredores, divisórias brancas de plástico formavam o cenário. Chegando na porta do depósito de Ryan, ele abre-a e é possível avistar muitos eletrônicos, praticamente uma pequena fortuna. Como que Ryan confiava em Bruno e Lucas? Os dois poderiam facilmente roubar tudo. E nossos heróis com medo? Que tolos! Ao abrirem a caixa eles percebem que o laptop estava em perfeito estado, na verdade era o estado da arte dos laptops. Ryan já estava todo pimpão com o dinheiro no bolso. Pois não é que a dupla tinha feito um ótimo negócio, a barganha das barganhas! Entretanto, passos longínquos cortam o silêncio, no horizonte do armazém, um homem se aproxima, desta vez não era ninguém de estatura inferior, era um homem alto, feições de árabe. Ryan apresenta o indivíduo - era Maku - colega de Ryam no negócio. Ou será que seria seu capanga? O que os mocinhos poderiam fazer agora? Já tinham entregado todo dinheiro. Teriam caído num golpe melhor elaborado do que o de 1964? Tudo se encaixava, os olhares se cruzavam e a desconfiança era evidente. Ryan pergunta se ele poderia ir embora, alegando que Maku ficaria com a dupla até o fim dos testes no PC. E assim, o miniaturesco rapaz se vai embora, com os bolsos forrados, deixando os dois heróis jogados a sua própria fé (ou seria a suas próprias fezes?). Porém, como em enredo de novela brasileira (só que sem casamentos no final, é claro), a história acaba com um final feliz. Maku não é nenhum capanga, é até meio tímido. Os testes acabam no radiante laptop e Maku acompanha os intrépidos protagonistas até a rua. A cara de satisfação dos dois era “inescondível” e os dois voltaram para casa, Tube a fora, com a satisfação de dever cumprido e com o precioso embaixo do braço.
FIM

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Brasil X Itália

Dia: 10/02/09
Local: Emirates Stadium, Londres, UK
Temperatura: 2 graus

Vejam os vídeos do youtube sempre em alta-definição, pois em alguns vídeos o youtube muda por padrão a definição para normal. Basta clicar no link que fica embaixo na direita: "assistir em alta qualidade" ou "watch in high quality"

Brasil X Itália
Hoje era o dia de ir na única atração que eu havia me programado para ir desde quando estava no Brasil. De inicio já seriam duas novidades certas: primeira vez que eu ia ver um Brasil X Itália ao vivo e primeira vez que eu ia conhecer um estádio do nível do Olímpico – O Emirates Stadium do Arsenal.

Tube to Arsenal
O jogo era as 19:45. O Lucas e eu saímos por volta das 17:20 daqui de casa (Tooting Broadway), pegamos a Nothern Line, trocamos para Piccadilly Line em Leicester Square e estávamos saindo na estação Arsenal depois de 40 minutos de viagem.
Dentro do tube, a quantidade de brasileiros e italianos era bem equilibrada e a viagem foi bem tranqüila, sem nenhum atrito.

Chegando ao Emirates
Como nós tínhamos lugares marcados dentro do estádio, ficamos um tempo na frente da estação, onde – para a surpresa de ninguém – encontramos diversos gremistas e nenhum macaco. Mas isso terá um parágrafo exclusivo. De vez enquanto algu
ém puxava o grito clássico dos brasileiros.
Compramos duas Beck’s de 500ml, cada um. A primeira desceu redonda, a segunda nem tanto, apesar da cerveja quente aqui ser melhor que as do Brasil, ela ainda é melhor gelada.
Como sempre, há de haver uma coincidência, então enquanto caminhávamos pelo pátio do Emirates, alguém gritou: “Bruuuuuuno!”, fiquei uns 3 segundo pensando “Meu deus, como?”. Olhei e era o Miguel, parceiro das antigas de Tramanda, que estava em Dublin (algo que descobri naquela hora). Mal se víamos em Porto, mas se encontramos no meio de uma multidão de 60 mil pessoas.
O visual do estádio por fora é muito bonito, apesar de não ter nenhuma árvore ou lugar para sentar no entorno do mesmo.

Entrando no Estádio
Nosso lugar era no setor verde, entrada 23, fileira 7, cadeiras 734 e 735. A primeira visão interna do estádio é fantástica. A arquibancada muito perto do gramado, o gramado impecável e a arquitetura do estádio é de ficar admirando por um tempo.
Fizemos um rápido reconhecimento dos lugares e fomos dar uma circulada pelo estádio, já um pouco borrachos. A linguagem em alguns vídeos, a partir desse momento, não é das mais civilizadas. A banda louca se fez presente em vários momentos: fora e dentro do estádio. Tive que xingar o “Traidorzinho Gaúcho”, mas esse vídeo eu não deixei publico por razões óbvias.

O conforto é maior do que o da geral do Olímpico em alguns pequenos detalhes, como: lugares marcados e respeitados, cadeiras acolchoadas e reclináveis, banheiros limpos e organizados, bares limpos com bons lanches, proximidade com o gramado e outras bobagens.

O jogo
Não vou comentar muito sobre o jogo, pois a maioria deve ter assistido. Teve toda aquela cena dos times entrando junto e depois os hinos.
Demos a sorte dos dois gols do Brasil serem marcados na nossa frente. Chegou a ter uma “ola” e de resto era uns gritos de Brasil pra cá e Itália pra lá.

No fim, acabou 2 X 0 para o Brasil, com 60077 espectadores.

Gre-nada
Decidimos fazer um pequeno gre-nada. Contamos quantos gremistas e macacos estavam devidamente identificados. No inicio quase perdemos as contas, acho que chegou a estar 10 a 1 para o Grêmio. No final, o Inter se recuperou um pouco e o placar acabou em 42 gremistas contra 12 símios.
Uma coisa legal é que volta e meia os europeus viam a minha bandeira e vinham me cumprimentar dizendo: “Grêmio! Grêmio!”. Eu não me contive e tive que perguntar para um deles se ele sabia que time era o Inter ou Internacional do Brasil. O resultado foi óbvio, ele não sabia (cry dirty monkey!).

Organização
É impressionante a organização dos ingleses em qualquer coisa. No jogo não foi diferente, havia fila até para usar o banheiro no intervalo. Mas o que mais impressionou foi a saída. Eram mais de 60 mil pessoas saindo ao mesmo tempo e saímos praticamente caminhando normalmente, sem nenhum congestionamento de pessoas.
Precisávamos pegar o tube na estação Arsenal novamente e imagino que 70% do estádio estava fazendo o mesmo. Duas imensas filas se formaram na porta da estação e nós imaginamos que íamos ficar umas duas horas esperando, mas meia hora depois nós já estávamos sentados confortavelmente, indo para casa.


Fizemos uma pequena parada em Covent Garden para comer um Mac (que por sinal é pior que os Macs brasileiros). Devorei o meu duplo quarteirão e fomos para casa. Valeu muito a pena toda a noite, beijo a todos e continuem comentando.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Nevasca

Dia: 02/02/09
Local: Londres, UK
Temperatura: -2 graus (sensação de -7)

Acordei hoje com o telefone tocando, era a Bebel dizendo: “ACOOOORDA, TA NEVANDO”. Me levantei rápido e fui para rua, mas quando cheguei lá tinha sol e se eu reparasse bem contra uma janela escura, até dava para ver um floquinho que outro. Parecia aquelas neves de Gramado e Canela para enganar paulista.
Voltei para casa e comentei com a Emma que eu nunca tinha visto neve até hoje. Bom, pra que né. 24 horas depois dessa fatídica frase uns noticiários anunciaram: “Pior nevasca dos últimos 18 anos”. Outros ainda: “Pior nevasca desde a segunda-guerra”.

Retrocedendo
Algumas horas depois de falar com a Emma, o Lucas entrou correndo no quarto dizendo que estava nevando muito. Botamos as jaquetas e fomos para rua. Dessa vez realmente nevava muito. O Lucas comentou que ele nunca tinha visto tanta neve caindo ao mesmo tempo.
Ficou nevando o dia inteiro. Na noite, o Lucas e eu não tivemos dúvida, vamos tomar uma ceva gelada. E o que melhor para gelar a ceva do que a neve? Depois da ceva gelada, fomos para rua fazer a famosa guerra de neve. A Bebel quase foi atropelada por um carro e o Tyson só ficava na entrada da casa jogando neve nos outros. Deu para se divertir bastante na neve. Depois do Lucas brincar um pouco de sub-zero, ele foi brinca com umas crianças aqui da rua. Fez uma bolinha de neve e tocou na criança. O piá, sem hesitar, fez uma mega bola, do tamanho de uma bola de boliche e estourou-a nas costas do Lucas, muito sem noção a criança.

Outro dia de neve
Dia 3. Ainda nevava lá fora, mas a neve já tava muito nojenta. Com o movimento de pessoas e carros, a neve se transformou num barro cinza congelado. Saímos de casa pelas 4 e pouco da tarde, entramos no tube sem saber para onde ir e acabamos descendo na estação de Tower Hill. Vimos de longe a Tower Bridge e fomos comer algo. Entramos num Subway (restaurante de sandwiches) e eu pedi um Spice Italian com adicional de bacon. O Subway daqui eh bem parecido com os do Brasil, mas aqui eles botam cenoura, milho e uma pimenta verde muito forte. Para finalizar, a Bebel comprou um sorvete, que é obvio, combina perfeitamente com neve. O jeito dela oferecer para os outros é meio estranho, mas ela é feliz assim.
De noite, em casa, nós fomos fazer mais guerra de neve. Dessa vez no quintal, que tinha uns 10 centímetros de neve. Todos da casa participaram dessa vez: Austrália, África do Sul, Reino Unido e Brasil numa guerra de neve.
Por fim, tentamos fazer um boneco de neve, mas ele ficou mais parecido com um monstro de marshmallow.


A neve é muito legal e a cidade ficou muito bonita, com os teclados branquinhos. Não é tão frio quanto se imagina, chegamos a ficar na rua de moletom apenas (claro que não por muito tempo). O lado ruim é que a cidade fica parada. Muitas linhas do tube deixam de funcionar e no outro dia a cidade fica molhada e suja, sem contar que a neve vira gelo e fica bem difícil de caminhar na calçada.


Beijos a todos, leiam e comentem para me incentivar a continuar postando :)

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Aviso

Apenas para avisar os mais distraidos, fiz o post dos primeiros dias daqui: "First Impressions (26/01/09 - 28/01/09)". Esta antes do "29/01/09".

Cheers