quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Eventos

Depois de quase um mês de silêncio, escreverei sobre dois eventos que fui nesses últimos tempos.
As duas apresentações são totalmente diferentes entre si e só se assemelham pelo fato de ambas terem sido totalmente inéditas para mim.

BODY WORLDS & The Mirror of Time
Era o último dia do Lucas aqui na Inglaterra. Ele voltaria para o Brasil depois de mais de 3 anos pelas terras da Rainha. Decidimos ir até a O2 Arena para prestigiar a polêmica exibição que já foi assistida por mais de 26 milhões de pessoas em todo mundo. O Lucas e eu fomos daqui de Tooting e encontramos a Bebel na Starbucks na frente da exibição.

Introduzindo ... essa exibição se propõe a educar as pessoas sobre o seu corpo e sua saúde, mostrando pessoas mortas que doaram seus corpos para a apresentação. Todos corpos são conservados utilizando uma técnica na qual todos orgãos e tecidos não se deterioram. Todas as "obras" da apresentação são, ou melhor, foram seres vivos reais, então não existe nada artificial.
Essa exibição gerou muita polêmica, inclusive a igreja católica foi contra e nas primeiras apresentações, diversos fiéis protestaram na entrada e tentaram persuadir as pessoas a não entrarem.
Exibição ... a primeira sala, exibia fetos semana a semana até o nono mês de gestação (lembrando que são fetos reais). Logo depois começava a sequência de vários corpo, em diversos tipos de poses e configurações. Olhar de perto (perto mesmo, pois era possível, apesar de não permitido, até tocar nas obras) músculos, ossos, orgãos, tecidos, tendões, glóbulos oculares, patelas, nervos e artérias era uma sensação bastante impactante. Muito mais impactante do que ver uma obra de arte famosa. O sentimento é difícil de descrever, seria uma mistura de curiosidade, nervosismo, nojo e receio, sendo que os três últimos iam diminuindo a cada obra.

Diversas obras chamaram atenção:
- Um homem com a musculatura à mostra, segurando com a mão a sua própria pele, como se fosse uma roupa
- Um casal sem pele "transando"
- Um cérebro com AVC
- Um fumante sem pele e com o pulmão à mostra (é de fazer qualquer fumante parar de fumar na hora, pois o pulmão fica absurdamente nojento e escuro)
- Um cavalo e uma girafa, sem o coro, com músculos e órgãos à mostra

No final da exibição, quando eu via um corpo sem pele, me passava a sensação de estar vendo um carro com o capô aberto, no qual é possível ver interior da máquina. Pois o nosso corpo não passa de uma máquina que vem se desenvolvento e se adaptando a milhares de anos. E como qualquer máquina, com o tempo as peças vão se desgastando e se você não tomar os cuidamos necessários, pode acabar ingiçando mais cedo do que deveria.


BBC Proms
No entardecer da última sexta a Bianca e eu fomos fazer um programa super chique: "Assistir um concerto de música clássica no pomposo Royal Albert Hall". Óbvio que os chinelões aqui, aproveitaram uma promoção na qual o ingresso era bem barato né hehe.
Para provar que continuamos brasileiros convictos, chegamos em cima da hora. Tivemos que dar uma corridinha para não perder a primeira música.
O concerto que fomos assistir fazia parte da tradicional promoção da BBC chamada "The Proms". O Royal Albert Hall foi com certeza a casa de espetáculo mais impressionante que já entrei (ta, eu sei que não foram muitas). Ele tem capacidade para 7 mil pessoas e já abrigou jogos de tênnis, famosas lutas de boxes e serviu de palco para Frank Sinatra, Liza Minnelli, Jimi Hendrix, The Beatles, The Who, Led Zeppelin, Eric Clapton, Sting, Elton John, entre outros.
Os nossos lugares eram na última fileira, mais precisamente nas poltrona 161 e 162 e tinham uma ótima visão do palco. A orquestra entrou primeiro e depois veio o maestro, que foi bastante ovacionado. Quando o espetáculo começou, o silêncio no teatro era impressionante. Apesar de não conhecer quase nenhuma música, a experiência era
bastante interessante e o momento mais legal foi quando a orquestra interpretou a trilha de "2001 Uma odisséia no espaço".
Dois fatos me chamaram bastante atenção, um bizarro e o outro uma bixisse.
Vou começar pelo bizarro. No meio das músicas a orquestra e o maestro faziam uma pequena pausa de uns 15 segundos, na qual diversas pessoas da platéia ficavam tossendo desvairadamente. Era algo muito estranho, as pessoas ficavam forçando para tossir e não era qualquer tossezinha, alguns pareciam um cachorro com asma. Imagino que seja para não tossir no meio da apresentação e como as músicas são muito longas, havia essa pausa. Mas mesmo assim, ver e ouvir mais de mil pessoas tossindo era algo muito estranho. Sem contar que acho o ato totalmente idiota. Quem disse que forçar uma tosse evita uma futura tosse? Esses ingleses têm uns hábitos muito estranhos.
Já a bixisse foi o seguinte. Ao final de cada música, o maestro saia e voltava para o palco umas 3 vezes. A rotina era assim: acabava música, começavam os aplausos, maestro saia, maestro voltava, maestro saia, maestro voltava, maestro saia, maestro voltava, terminavam as palmas. Até aí tudo bem, até deva para aguentar um minuto de palmas. Mas a bixisse extrema foi no final do espetáculo. No final da última música, o maestro fez a mesma ceninha mais de 8 vezes, eu não aguentava mais as palmas e muito menos ver aquele pinguim indo e vindo pelo palco. O espetáculo foi legal, mas também não era para tanto. E cada vez que ele voltava para o palco ele ainda ficava comandando qual parte da orquestra deveria reverenciar o público e cumprimentava uma das violonista. Por que fazer a mesma coisa mais de 8 vezes?
Mas bixisses, bizarrisses, tosses e palmas a parte, valeu muito a pena ter ido ao concerto, ter experenciado uma orquestra ao vivo e ter conhecido o Royal Albert Hall.

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